E agora José?
Este é o titulo da linda poesia de Carlos Drummond de Andrade, mas esta pode ser a pergunta ao jovem José de Nazaré, descendente de Davi, um carpinteiro, que retrata de uma forma vívida o ministério da paternidade, enquanto Maria é uma figura mais vultosa, como o ministério de mãe, José é o protótipo deste ministério de pai, coadjuvante, silencioso e anônimo, mais que traz sobre si, grande importância, evidenciada na vida deste jovem de Nazaré . José é um jovem cheio de sonhos e, amor por uma jovem chamada Maria, de extrema beleza e doçura. Se Maria carrega sobre si, (não por culpa dela); as grandes controvérsias teológicas. José por sua vez, passa despercebido na trajetória do cristianismo, obviamente, sob a ótica da maioria dos chamados cristãos.
José é a descrição, da discrição do que significa ser esposo e ser pai. Ele é um personagem que não se ouve, a sua voz, em nenhum relato das Escrituras, ele desaparece como surgiu, silenciosamente. Porém, os evangelistas não evidenciam suas palavras, mas a vida de José, vida que não passa despercebida aos olhos de Deus, que inspirou os evangelistas a registrarem a sua vida. Ele é um homem dócil e de caráter imaculado. Se Deus escolheu mediante sua graça, a jovem Maria para ser mãe do seu Filho Jesus, de igual modo Deus escolheu José para ser pai do seu Filho, mesmo que de uma maneira adotiva.
Não temos nenhuma evidência bíblica que José fosse de família sacerdotal, ou de alguma estirpe religiosa, ou de nível sócio-econômico acima da média. O mais provável, é que ele fosse um homem simples, de uma cidade, sem nenhuma expressão, que era Nazaré, mais o seu maior legado, era quem ele era. Algumas características são marcantes na sua trajetória. José tinha desposado a linda jovem Maria, mas algo aconteceu, como registra em Mateus 1.18 “...estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que estivessem coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo.”
José foi um esposo que não agiu no calor das emoções, não tomou decisão precipitada. Mesmo que, nunca tinha acontecido fato semelhante em Israel. Alguém grávida pelo Espírito Santo. O castigo para a mulher ou homem que adulterava era a morte. Imagine, o conflito que seguiu-se na vida daquele jovem homem. Uma das características de José, é que ele era protetor da sua família, (não de nenhuma outra família). Hoje, percebemos que as famílias se desintegram muito rapidamente, e na sua maioria, o homem foge de suas responsabilidades de protetor do lar. Qualquer dificuldade já é o motivo para abandonar a esposa e filhos.
Devemos aprender com José, a enfrentar momentos difíceis, com sabedoria, sem precipitação. Ele iniciou o casamento com uma terrível crise. Mas mesmo em conflito, ele soube esperar a resposta de Deus. Deus mandou o seu anjo, anunciar a José, o que estava de fato acontecendo. A mensagem de Deus, através do anjo, trouxe paz ao coração de José.
A obediência foi também uma característica que o acompanhou, “Despertado José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher.” Mateus 1.24 Ele não resistiu, mas com todo amor e carinho, recebe a sua esposa Maria. Não somente recebeu Maria, como esperou o nascimento de Jesus, para só depois de tal fato, ter relações sexuais com ela. “Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus.” Mateus 1.25 José abriu mão dos seus sonhos e projetos pessoais para comprometer com sua família. Quando Herodes mandou matar as crianças, de dois anos para baixo, em Belém e nos seus arredores. Deus ordenou que José e sua família fossem para o Egito “Dispondo-se ele, tomou de noite o menino e sua mãe e partiu para o Egito.” Mateus 2.14 Deus não comunica a Maria o que deve fazer, mas é a José como esposo e pai, que o Senhor dirige, e encontra em José, alguém que está comprometido com a família.
Deus tem encontrado em você um homem comprometido com sua família? Ou você é comprometido com seu trabalho, empresa, entretenimento, amigos? Deus tem encontrado em você alguém disposto a levar adiante o projeto Dele em sua família?
José foi um pai dedicado na criação de Jesus. Desde cedo ele já conduzia Jesus a busca de uma espiritualidade “Ora, anualmente iam seus pais a Jerusalém, para a Festa da Páscoa.” Lucas 2.41 Ele também ensinou a Jesus o oficio de carpinteiro, o evangelista Marcos, que não menciona nenhuma passagem sobre José, nos traz este registro, que é o maior elogio que um pai pode receber do seu filho, a admiração de Jesus foi expressa, tornando-se carpinteiro como José “Não é este o carpinteiro,...” Marcos 6.3a José foi tão importante na vida de Jesus, que ele era confundido, como verdadeiramente o pai de Jesus “...Jesus, o Nazareno, filho de José.”João 1.45b “E diziam: Não é este Jesus, o filho de José?” João 6.42a José desaparece silenciosamente dos relatos bíblicos, provavelmente, quando Jesus iniciou seu ministério ele já tivesse morrido. Mas ele deixa a todos os pais, o exemplo de alguém, que foi obediente a voz de Deus, dedicado homem ao projeto familiar, o único homem a quem o Mestre imitou.
Que Deus renove em você, pai, a disposição para continuar neste árduo, mas divino ministério da paternidade.
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