Deus escreve a história através das mãos humanas.
Isso implica dizer que a história não está à deriva, tem um propósito, um rumo e um final garantidos por Deus, e também que o ser humano é responsável pelos caminhos pelos quais a história chegará ao seu final. Por causa desta compreensão afirmamos que Deus não tem planos imutáveis, mas propósitos eternos.
Os propósitos de Deus não podem ser frustrados, pois dependem apenas e tão somente dEle mesmo (Jó 42.2; Isaías 43.13). Mas os planos de Deus se ajustam às decisões humanas.
Fosse Deus no comando, e não os doze espias, Israel teria entrado na terra de Canaã apenas três meses após a saída do Egito, e não 40 anos depois (Números 13,14). Da mesma maneira, se dependesse de Deus, a monarquia em Israel não existiria (1Samuel 8), assim como não existiria o templo construído pelo rei Salomão em Jerusalém (2Samuel 7). Dependesse apenas de Deus, os fariseus teriam se submetido ao batismo de João Batista (Lucas 7.30) e Jerusalém teria acolhido seus profetas e se deixado abrigar sob suas asas (Lucas 13.34).
A Bíblia ensina a diferença entre a vontade de Deus como decreto e a vontade de Deus como desejo. A morte de Jesus foi um decreto de Deus, isto é, um acontecimento inevitável (Atos 2.23). Já a vida de pureza e integridade dos cristãos é um desejo de Deus, que pode inclusive ser frustrado (1Tessalonicenses 4.3). Uma coisa é o que Deus faz, independentemente da livre escolha do homem, outra o que o homem faz, independentemente dos desejos de Deus. O mistério está no fato de que, de vez em quando, as duas coisas ocorrem ao mesmo tempo, como, por exemplo, quando os irmãos de José decidem livremente vendê-lo como escravo, sem saber que estavam cumprindo um propósito de Deus (Gênesis 45.1-8), ou quando Faraó, exercendo sua livre vontade, não permitiu que o povo de Israel deixasse o Egito, sem saber que seu coração havia sido endurecido por Deus (Êxodo 3.19).
Não importa se agimos por nossa livre escolha ou se a mão de Deus age sobre nós, o fato é que somente na eternidade saberemos se o que fizemos, fizemos porque quisemos fazer ou porque Deus quis que fizéssemos. Enquanto estamos na história, não temos alternativa senão colocar os joelhos no chão, clamar por sabedoria dos céus, tomar decisões íntegras e arregaçar as mangas para fazer o melhor que estiver ao nosso alcance, crendo sempre que por nós Jesus está.
Viver é escrever história. Viver é assumir a responsabilidade pelo futuro. Viver implica, portanto, seguir o conselho antigo: "ore como se tudo dependesse de Deus, trabalhe como se tudo dependesse de você". Que sejamos uma igreja de joelhos com o pé na estrada; desenhando o mapa com seus pés enquanto segue Jesus, que vai à frente; mãos sobrepostas em oração com caneta em punho, escrevendo o futuro para glória de Deus.
Estou de férias.
Texto Programado.
Alysson Jordão
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deus abençoe sua vida
Obrigado!