Tautologia: é o termo usado para definir um dos vícios, e erros, mais comuns de linguagem. Consiste na repetição de uma ideia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido. O exemplo clássico é o famoso 'subir para cima' ou o 'descer para baixo'. Mas há outros, como pode ver na lista a seguir:
OBS: as palavras entre os parênteses são as palavras desnecessárias.
- elo (de ligação)
- acabamento ( final )
- certeza ( absoluta )
- quantia ( exacta )
- nos dias 8, 9 e 10, ( inclusive )
- juntamente ( com )
- ( expressamente) proibido
- em duas metades ( iguais )
- sintomas (indicativos )
- há anos ( atrás )
- vereador ( da cidade )
- (outra ) alternativa
- detalhes ( minuciosos )
- a razão é ( porque )
- anexo ( junto ) à carta
- de sua ( livre ) escolha
- superávit ( positivo )
- ( todos ) foram unânimes
- conviver ( junto )
- facto ( real )
- encarar ( de frente )
- multidão ( de pessoas )
- amanhecer ( o dia )
- criação ( nova )
- retornar ( de novo )
- empréstimo ( temporário )
- surpresa ( inesperada )
- escolha ( opcional )
Note que todas essas repetições são dispensáveis. Por exemplo, 'surpresa inesperada'. Existe alguma surpresa esperada? É óbvio que não. Devemos evitar o uso das repetições desnecessárias. Fique atento às expressões que utiliza no seu dia-a-dia.
No popular se diz: 'Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho carpinteiro'
Correto: 'Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro'
EU NÃO SABIA. E VOCÊ?
Outro que no popular todo mundo erra:
'Quem tem boca vai a Roma.'
O correto é: 'Quem tem boca VAIA Roma.' (isso mesmo, do verbo vaiar).
Vai dizer que você falava corretamente algum desses?
Prof.. Pasquale Neto
Comento "as dicas" e outras expressões utilizadas no texto como professora de Língua Portuguesa, especialista em Linguístca, mas, sobretudo, como critã:
ResponderExcluirÉ certo que devemos evitar o uso de vocábulos desnecessáros e tomarmos cuidado com a linguagem (ela irá refletir quem somos e as nossas ideologias). No entanto, precisamos pensar na Gramática Normativa não apenas como detentora de toda verdade sobre o "que é certo" ou "o que é errado". Essa perspectiva limita a linguagem, oprime os que não têm acesso à escolaridade e divide a sociedade em classes - os dominantes(os que falam e escrevem "corretamente" e os dominados (os que falam e escrevem "errado"), também taxados de "burros" por alguns professores e, pasmem, por grande parte dos cristãos. Corremos o grande risco de fazermos acepção de pessoas, de agirmos com preconceito linguístico (ao excluirmos, discrminarmos, mangarmos - bem nordestino, não? - foi proposital...)nossos semelhantes, nossos irmãos... E o pior de tudo, sermos tomados por um orgulho retórico.
Só para refletirmos... que não sejamos vernaculistas ao ponto de expor ao ridículo o nosso próximo.
A tautologia (o Pleonasmo) também pode ser utilizado como recurso estilístico por se tratar de uma figura de linguagem... Dessa forma, irá enriquecer o texto e enfatizar uma ideia.
Sobre os ditados: as origens são remotas e há, na verdade, outras explicações...
O fato é que ao falarmos "Quem tem boca vai a Roma" não erramos. Expressões, ditados, palavras etc. assumem conotações diversas, porque a linguagem é dinâmica e não fica presa ao tempo, fato esse, que até a Gramática Normativa, mesmo a passos de tartaruga, vem sofrendo alterações.
Sugestão de leitura: "Preconceito Linguístico" e "A Língua de Eulália" de Marcos Bagno